ANÁLISE: Donkey Kong Bananza

DIGPLAY

7/29/2025

Após mais de 10 anos da franquia Donkey Kong na geladeira e mais de 20 anos sem um novo jogo no formato 3D, Donkey Kong Bananza chega quebrando tudo no Nintendo Switch 2.

DADOS GERAIS

Data de lançamento: 17/07/2025
Espaço: 8,7 GB
Preço: R$ 439,90
Português (dublado e legendado)

O jogo teve seu desenvolvimento iniciado para o Nintendo Switch, porém devido a ambição de destruição em massa dos ambientes e também a fim de ter uma qualidade gráfica e de performance superior, o time de desenvolvimento (que, por sinal, é o mesmo do jogo Super Mario Odyssey) decidiu migrar o projeto para o novo e mais poderoso console da Nintendo, o Switch 2.

UMA AMIZADE INCOMUM

Neste jogo, Donkey Kong é um minerador em busca de ouro e bananas gigantes que chamamos de cristais de banândio. Ele trabalha na Ilha Lingote, local de mineração do jogo.

Um certo dia, um grande furacão o sugou para um local desconhecido onde encontra com uma pedra roxa falante. No decorrer da aventura, a pedra mostra ser Pauline, uma jovem adolescente de 13 anos que ama cantar. A dupla se junta e viram amigos rapidamente em uma missão em comum: Voltar a superfície.

Durante essa aventura, Donkey Kong e Pauline descobrem que quem está por trás dessa confusão é a VOID COMPANY, trio de vilões que está espalhando o caos pelas camadas e cidades do mundo, a fim de roubar todas as bananas e chegar ao centro do mundo, local onde a raiz de banândio está localizada, um artefato que concede desejos a quem chegar até ela.

Donkey Kong com fome de banana e Pauline com sonho de se tornar cantora resolvem juntos combater a VOID COMPANY e chegar na raiz de banândio primeiro para realizar seus sonhos.

QUEBRANDO TUDO ATÉ O CENTRO DO MUNDO

Diferente dos jogos plataforma 3D do mercado e até mesmo da Nintendo, o objetivo de Donkey Kong Bananza não é apenas baseado em desafios de plataforma, mas sim na destruição de cenário. Praticamente tudo é destrutível e Donkey Kong usa sua força para quebrar montanhas, arrancar pedras da parede e pode utilizá-las para quebrar outros objetos, atacar inimigos, surfar no chão ou na água, pular mais alto e mais. Já Pauline tem um papel mais passivo no jogo, como assobiar para localizar o destino da missão atual ou cantar para que Donkey Kong ative suas transformações Bananza.

Assim como na série clássica, Donkey Kong pode se transformar em diversos animais e assumir poderes característicos de cada um deles, chamado no jogo de transformações Bananza. Algumas dessas transformações são: um mega gorila super forte que quebra tudo com mais facilidade e gera projétil ao disparar um soco concentrado, uma Zebra que corre mais rápido que qualquer plataforma que pode desmoronar e uma Avestruz, que é capaz de voar, planar e jogar ovos bombas no cenário. Há mais transformações Bananza no jogo, porém não serão descritas aqui para evitar spoilers.

Como o objetivo do jogo é chegar até o centro do mundo, cada local que a dupla passa é chamado de camada e cada camada tem uma temática diferente, como locais de mineração, praia, floresta, montanhas nevadas e mais. Cada camada tem habitantes e cidades que foram impactadas pela destruição da VOID COMPANY. Ao chegar nas camadas, Donkey Kong e Pauline ajudam seus habitantes resolvendo os problemas que a VOID COMPANY criaram e seguem para a camada seguinte.

Cada camada tem um desenho de fase único e preparado para as habilidades de Donkey Kong. No decorrer do jogo, conforme você vai apredendo novas transformações e habilidades, as próximas camadas vão estar preparadas para você aplicar as novidades, a fim de seguir na progressão do jogo ou para achar coletáveis e locais escondidos. O desenho de fase de cada camada nesse jogo é fortíssimo e te leva sempre a descobrir algo novo de acordo com a percepção do jogador.

UMA PENCA DE CONTEÚDO

Cada camada do jogo possui um cenário bem rico com diversos 'andares' e muitos coletáveis para achar e juntar, tornando Donkey Kong Bananza um verdadeiro plataforma 3D Collect-a-thon.

Certamente inspirado em Donkey Kong 64, o coletável principal são bananas gigantes chamadas de 'Cristais de Banândio'. O jogador pode encontrá-las no meio de um terreno, em algum desafio de plataforma, dentro de um templo escondido ou completando sub missões de personagens secundários do jogo, como em uma conversa mal humorada com o Cranky Kong.

Os cristais de banândio dão ao jogador pontos de banana que, a cada cinco pontos, acumula-se um ponto de habilidade para gastar na árvode de habilidade de Donkey Kong. Nesta árvore é possível melhorar habilidades já existentes ou aprender novas. Cada transformação também tem habilidades a melhorar ou a aprender.

O jogo possuí ruínas escondidas que entregam alguns desafios ao jogador, como chegar a um local ou derrotar inimigos em um determinado tempo, passar por obstáculos de plataforma ou até de quebra-cabeça, que deve-se pensar e utilizar as habilidades de Donkey Kong para superá-los. Esses templos possuem um ou três cristais de banândio e alguns deles remetem a nostalgia dos jogos clássicos da franquia.

Além das bananas, o jogo conta com outros colecionáveis, como os fósseis espalhados em diversos locais de cada camada. Esses fósseis funcionam como moeda de troca para comprar roupinhas para o Donkey Kong e Pauline que, além de mudar o visual de ambos, melhoras atributos como resistência a fogo ou mais chance de achar ouro.

Sim, ouro. A moeda principal do jogo é ouro, que o jogador pode comprar itens como os tradicionais balões vermelhos da franquia, mas que aqui funciona diferente: em vez de contabilizar como vida, os balões te salvam de abismos. Há também suco para encher a vida, encher a barra de energia Bananza e mapas que mostram o caminho de um tesouro escondido, que pode ser cristais de banândio ou fósseis.

Se tratando de conteúdo adicional, o jogo possui algumas adições interessantes, como o DK Artist, um modo onde o jogador pode soltar a sua imaginação modelando e pintando objetos 3D.

Dentro do próprio jogo tem um modo cooperativo de dois jogadores, onde um jogador pode jogar com o Donkey Kong e o outro com a Pauline, que se restringe a assobiar para saber o próximo local da missão e lançar gritos para destruir locais específicos na força do som ou derrotar inimigos. É um modo que pode utilizar a função mouse do Nintendo Switch 2 e mais indicado para adultos jogar com crianças.

Falando em jogar juntos, o jogo possui suporte ao GameShare, para ser jogado entre um Nintendo Switch 2 e Nintendo Switch 1, onde o jogador com o Switch 2 joga com DK e o do Switch 1 com a Pauline, respeitando os mesmos comandos da jogatina cooperativa local.

O jogo ainda conta com uma continuação pós encerramento, onde a história continua e te dá um propósito para coletar mais bananas que ficaram para trás.

Falando de tempo de jogatina, levamos pouco mais de 20 horas para finalizar o jogo, coletando por volta de 300 bananas e pegando alguns fósseis. É estimado cerca de 50 a 60 horas para finalizar o jogo fazendo 100% dele.

MUITO CONTEÚDO E DIVERSÃO MAS POUCO DESAFIO

Embora a sensação de exploração e quebra-quebra de Donkey Kong Bananza seja um ponto altíssimo do jogo, aliado ao vasto conteúdo no decorrer de todas as camadas, uma tradição da franquia se perdeu: a dificuldade.

O desafio de enfrentar inimigos é bem baixo, assim como os de plataforma são infinitamente mais fáceis e tranquilos comparados com os jogos da série Country. As lutas contra chefes que eram cheias de criatividade e muitas vezes levava dezenas de vidas dos jogadores, em Bananza elas duram segundos e muitas vezes apenas alguns socos de Donkey Kong é o suficiente para derrotá-los.

Conforme avançamos no jogo, a dificuldade até aumenta não na trama principal, mas sim nos desafios de ruína e para achar todos os coletáveis, que é onde mora a verdadeira dificuldade do jogo.

Porém, na reta final, tudo muda. Reviravoltas na história acontecem e também no gameplay, onde o nível de dificuldade aumenta exponcialmente e o jogo vira um verdadeiro plataforma 3D focado em desafios de plataforma e combates contra chefes complexos. A última luta é simplesmente épica e vai ficar na cabeça de todos os amantes da franquia Donkey Kong.

O que me pareceu é que a Nintendo deixou o jogo mais acessível propositalmente para abranger um público maior e mais novo, vide que o personagem Donkey Kong ganhou muito mais popularidade pós filme do Mario, porém quis agradar os antigos fãs da franquia na reta final e mostrar que não esqueceram dos jogadores velhos de guerra.

PARTÍCULAS DE BANANA PARA TODO O LADO

Se tratando de visual e performance do jogo, ele roda até 1200p na dock e 1080p no portátil, com efeitos de suavização nos serrilhados. Além disso, o jogo mira os 60 quadros por segundo e consegue alcançar esse feito em praticamente todo o momento, com exceção de algumas cenas que muita coisa acontece no cenário ou alguns chefes específicos que, enquanto alguns de seus poderes está na tela, os quadros caem significativamente.

Vale ressaltar que Donkey Kong Bananza foi inicialmente desenvolvido para o Nintendo Switch 1 e migrado o projeto para o Switch 2, a fim de alcançar os 60 quadros por segundos e ter mais elementos destrutivos na tela. Além disso, o jogo trabalha com o conceito de voxels, que são vários mini cubos 3D que formam um elemento 3D por inteiro. Montar e desmontar isso na tela o tempo todo para dar o efeito de destruição exige muito do console, outro motivo para migrar para o Switch 2. Porém, como o projeto foi migrado, muita coisa não foi feita do zero, como utilização do FSR da AMD como técnica de escalonamento via inteligencia artifical de resolução e imagem via software, que é bem inferior a DLSS da NVIDIA, aceita por padrão no Switch 2 via hardware. Também é possível notar algumas texturas em baixa resolução em algumas partes do jogo, que possivelmente não foram mexidas na migração do projeto.

CONCLUSÃO

Donkey Kong Country Bananza não reinventa a roda, mas a jogabilidade destrutiva o torna um jogo de plataforma 3D único. É quase terapêutica a sensação de satisfação ao quebrar tudo.

Em uma receita que mistura Super Mario Odyssey e Zelda Breath of the Wild e com um conteúdo extenso de diversos itens para coletar e amplos locais para explorar, a sensação de descoberta e novidade a cada camada prende o jogador na tela por horas e diverte muito, porém a baixa dificuldade pode acabar afastando os jogadores mais experientes da franquia.

Definitivamente Donkey Kong Bananza é um jogo imperdível para os fãs da franquia e amantes de um excelente jogo plataforma 3D com foco em colecionáveis.

PONTOS POSITIVOS

  • Diversão no quebra-quebra

  • Ambientes para explorar

  • Conteúdo extenso

  • Final eletrizante

PONTOS NEGATIVOS

  • Dificuldade baixa

  • Alguns problemas de performance

NOTA

ASSISTA A ANÁLISE EM FORMATO DE VÍDEO


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