ANÁLISE: Mario & Luigi: Brothership
DIGPLAY
11/15/2024
Mario & Luigi: Brothership é um retorno inesperado da franquia por muitos fãs que já estavam descrentes em ver um novo jogo. Isso se dava pelo fato que a AlphaDream, antiga desenvolvedora dos jogos, fechou as suas portas em 2019. Além disso, a franquia não via um jogo inédito há 10 anos, tendo um último remake lançado para 3DS a seis anos atrás.


DADOS GERAIS
Data de lançamento: 07/11/2024
Espaço: 9,9 GB
Preço: R$ 299 (digital)
Idioma: Português brasileiro
Agora em mãos da Acquire, mesma desenvolvedora responsável por Octopath Traveler, Mario & Luigi: Brothership ganha a sua primeira entrada em console de mesa.
A Nintendo Brasil nos concedeu acesso ao jogo de forma antecipada e estou aqui para dar minhas considerações de alguém que embarcou pela primeira vez na franquia.
HISTÓRIA EM BAIXA VOLTAGEM
Mario e Luigi estavam no reino do cogumelo em torno do castelo da Peach em uma confraternização com a princesa, Toads e outros participantes, até que ao fugir de um enxame de abelha, Luigi cai de um precipício. Ao ver o irmão em perigo, Mario corre e consegue segurar a sua mão.
Após salvá-lo, um brilho acende nas mãos dos irmãos e um portal se abre no céu sugando Mario, Luigi, Peach, Bowser e seus capangas para um reino desconhecido. Este é Elétria, um arquipélago que havia acabado de ser completamente desconectado pelo grande vilão Ampério.
Mario e Luigi caem em uma das ilhas de Elétrica e recebem ajuda de nativos do local e, em seguida, embarcam na ilha navegante chamada Nauta, onde tentam encontrar uma forma de retornar ao seu reino e ajudar Tetê, uma tomadinha que é guardiã da grande árvore Arbolux, responsável por reconectar todas as ilhas de Elétria.




O objetivo de grande parte do jogo é reconectar as ilhas (via tomada e de forma elétrica mesmo) e a história gira em torno disso. Se tratando da qualidade da história em si, ela é bem fraca e genérica. Não há grandes momentos que incentive o jogador a continuar na aventura para descobrir o que virá e a grande reviravolta do jogo, bem... Ela é completamente 'adivinhável' desde o início.
Os NPCs também não ajudam. Por Elétrica ser toda temática em eletricidade, os personagens secundários ou dos ambientes são todos com 'cara de tomada'. São plugues de diversos formatos que não trazem identidade e não geram 'conexão' com o jogador. Para ter uma ideia de como isso não 'plugou' para mim, somente quando Bowser aparece na trama foi quando eu comecei a sentir vínculo, seja pela história ou pelos personagens do jogo.
Porém, para quem gosta de referência, aqui o jogo brilha. Parte dos inimigos e até mesmo os NPCs são inspirados em conexões, como inimigos HDMI, amigos com cabeça de plug de três pinos ou o vilão principal que tem o formato de um alicate de corte.




GAMEPLAY LIGADO NO 220V
Falando de jogabilidade, é aqui onde Mario & Luigi: Brothership mostra para o que veio. Em um mesmo jogo você tem uma mesclagem de RPG tradicional de turno, ação, aventura, plataforma e quebra-cabeça. Sim, é praticamente multigênero e a Nintendo o caracteriza como jogo de Ação, Aventura e RPG.
Começando pela parte de exploração e aventura, o jogo dá um show. Como dito anteriormente, nós precisamos ajudar Tetê a conectar as ilhas e, para isso, navegamos em diversos mares procurando por elas. Uma vez achando, Mario e Luigi partem na missão de conectar o farol daquela ilha na Arbolux.
Cada ilha é única e bem diversificada. Falar com NPCs, fazer missões e sub-missões, completar desafios de quebra-cabeça e plataforma e, para tudo isso, Mario e Luigi usam seus pulos, martelada e algo chamado Ações Bros., onde os irmãos se juntam e fazem uma ação especial, como flutuar em formato de OVNI ou viram uma bola para entrar em canos e dutos apertados. Em minha jogatina, descobrir novas ilhas e fazer tudo que tinha nelas foi uma das melhores experiências do jogo.




Falando das batalhas, elas são em formato de turnos mas com muita interação do jogador nos comandos de ação. Mario e Luigi possuem dois ataques básicos: pulo e martelo. O pulo é um ataque aéreo e o martelo um ataque no chão. De acordo com o inimigo, você precisa escolher qual a melhor estratégia de ataque. Inimigos voadores não são possíveis serem atacados com martelo, assim como inimigos espinhosos dão dano caso você pule neles, por exemplo.
Para dar um ataque efetivo, Mario precisa apertar o botão A no momento certo e Luigi o botão B. Todos os ataques tem sincronia entre os irmãos, então você precisa ficar ligado o tempo todo nesses dois botões caso queira dar ataques 100% efetivos.
Se tratando de defesa, o jogador tem duas opções: defender ou contra-atacar. A defesa você apenas aperta o botão R e recebe menos dano. Já o contra-ataque você precisa apertar o botão A ou B no momento exato para esquivar ou contra-atacar um ataque do inimigo. O mesmo inimigo possui ataques variados com tempos de esquiva ou contra-ataque diferentes.
Durante a jornada, Mario e Luigi aprendem o Ataque Bros., um ataque especial que depende de uma série de comandos para ter efetividade completa. Se acertar a sequência no momento correto, um ataque com muito dano ou em área massivo é disparado. Cada irmão tem a sua lista de ataque Bros., mesmo ambos sendo necessários para cada especial.




Nas batalhas contra chefe, o Luigi coloca a sua cabeça para funcionar e gera a mecânica chamada LUIGIDEIA, que se trata de uma ação que vai usar elementos do cenário para atordoar o chefe e facilitar na luta. Essa ação também depende de uma série de comandos sincronizados entre Mario e Luigi para funcionar. Vale ressaltar que todas as batalhas contra chefes são incríveis e podem ser demoradas, algumas me tomaram em torno de uma hora para completá-las.
Uma outra mecânica são os plugues de batalha. São literalmente plugues que você pode conectar tomadas que dão vantagem em ataques, como uma bola cair na cabeça do inimigo ao fim de uma martelada ou usar um cogumelo de cura automaticamente em cada turno. A quantidade de plugues aumenta no decorrer da jogatina e plugues podem ser conectados e ter efeitos em conjunto.
Todas essas mecânicas juntas tornam a batalha de Mario e Luigi: Brothership extremamente dinâmicas, divertidas e desafiadoras, já que você precisa sempre estar ligado nas ações dos inimigos e também não errar os comandos de ação que aparecem na tela.
Se tratando de dificuldade, eu posso dizer que é um jogo bem acima se tratando de RPG do Mario. Eu tomei diversos 'FIM DE JOGO' e, com isso, aprendi que existem opções de acessibilidade que diminuem a dificuldade para aquela batalha específica. Ao perder uma vez, habilita a opção FÁCIL e após mais derrotas, habilita a opção MAMÃO COM AÇÚCAR.




VISUAL E TRILHA SONORA ELETRIZANTES
Mario e Luigi: Brothership é, sem dúvida, um dos jogos mais bonitos do Switch. Artisticamente o jogo é impecável e o visual de todos os lugares são encantadores. Um grandíssimo destaque deve ser dado as animações do jogo que são espetaculares. Animações e expressões de Mario e Luigi, NPCs, ataques normais, especiais, filminhos, tudo é extremamente bem animado.
Falando de performance, o jogo parece rodar no máximo que o Switch pode entregar quanto a resolução. Já os quadros são travados a 30 com quedas presenciadas por mim apenas na ilha Nauta devido a novos integrantes, efeitos e construções aparecem por lá com o tempo de jogo.
Quanto a trilha sonora, essa também é um show a parte. Músicas gostosas e nada enjoativas. O design de áudio também incrível em todos os seus detalhes, seja nas ações de ataques, dos personagens e nas dublagens. Não, o jogo não tem dublagem na nossa língua ou em qualquer língua existente, mas eles falam o 'idioma' próprio. Mario e Luigi estão sempre falando algo no sotaque italiano que encanta a cada momento.




CONTEÚDO CHEIO DE CARGA
O jogo é repleto de missões secundárias, algumas perdíveis ao decorrer da história. Geralmente essas missões não são longas, mas sempre tem alguma recompensa seja na questão da narrativa de algum personagem, situação ou até mesmo no item que é concedido ao finalizá-la.
Além das ilhas principais, você pode achar no mar alguns corais e catalogá-los para pegar itens com NPC e também descobrir ilhas menores que possuem missões, itens ou desafios específicos, seja de quebra-cabeça, plataforma ou de batalha.
Ao longo da minha jornada levei pouco mais de 45 horas para finalizar a campanha, sendo que fiz apenas poucas missões secundárias, porém abri todas as ilhas existentes no mapa. Acredito que o jogo para fazer 100% deve levar mais cerca de 20 horas. Lembrando: existem missões secundárias perdíveis, então se pretende fazer tudo, não deixe-as para depois.
Aqui entra um ponto que o jogo quase me perdeu: o tempo de duração da história principal. Diversas vezes durante a campanha, várias missões principais eram bem descartáveis para a trama, que caberiam completamente como missões secundárias. Isso se intensifica na reta final do jogo, onde você se sente fazendo coisas completamente desnecessárias e repetidas, já que o jogo quase não inova em mecânicas neste ponto da aventura. Porém, passando dessa fase, o final do jogo é absurdamente empolgante. É praticamente uma recompensa por ter passado por uma maré de repetição. Vale a pena o esforço.




CONCLUSÃO
Mario & Luigi: Brothership é um jogo que encanta logo nos primeiros minutos de jogatina, seja por seus visuais incríveis, lindo estilo artístico, animações impecáveis, trilha sonora gostosíssima de escutar e uma jogatina super variada que nunca vai te deixar ficar parado. Porém, se você procura uma profundidade na história e vínculo com os personagens da trama, este é um ponto que pode te decepcionar.
No conjunto da obra, a experiência que Mario & Luigi: Brothership passa para o jogador é bem positiva e posso dizer que é, sem dúvida, indispensável para quem ama jogos de RPG do Mario.
PONTOS POSITIVOS
Lindos gráficos
Animações impecáveis
Jogabilidade refinada
Exploração envolvente
PONTOS NEGATIVOS
História fraca
Personagens secundários não envolvem o jogador
Jogo se estende mais do que devia na campanha principal
NOTA



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